Ortopedista muda vida de bebês com pé torto congênito
Para pais e mães, uma das maiores emoções após o nascimento dos filhos é assistir aos primeiros passos da criança. Esse é o mesmo sentimento da médica ortopedista Tatiana Guerschman, 37 anos, irmã da chef de cozinha Denise Guerschman. Especializada em ortopedia pediátrica, ela é a única profissional do Grande ABC que trabalha no tratamento de uma patologia chamada pé torto congênito. “Acontece com frequência de um para cada 1.000 nascidos vivos e é mais comum em meninos. Existem fatores genéticos relacionados e ocorre por volta do segundo trimestre da gestação”, explica a doutora.
Passados 15 dias do nascimento, é hora de aplicar o método, chamado Ponseti, criado pelo médico Ignacio Ponseti há mais de cinco décadas, na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. “Trata-se de uma troca seriada de gesso. Fazemos o gesso, desde a pontinha do pé até a raiz da coxa, e a criança fica com ele durante uma semana e troca”, esclarece Tatiana. “Após em torno de quatro a seis gessos, a gente consegue corrigir o pé. Antes do último, fazemos uma pequena cirurgia para a liberação do tendão calcânico, que fica atrás do pé.”
Após o gesso, a criança terá que usar uma órtese. “São duas botinhas com um ferrinho no meio e ela usa durante 23 horas, por três meses, só tira para tomar banho. Depois, usa durante 14 horas, até os 4 anos”, fala a médica.
Moradora do Campestre, ela atende em clínica na Rua Catequese, no bairro Jardim, e no Hospital Infantil e Maternidade Márcia Braido, em São Caetano. “Nesses últimos quatro anos, acompanhei 30 casos em cada local.”
Ao fim do tratamento, o resultado são pezinhos que poderão andar, correr e pular como toda criança tem direito. “É um método simples, que não depende de muitos aparelhos, mas sim de conhecimento, da minha mão e do gesso, que é a coisa mais barata que existe na ortopedia. É algo que vai mudar a vida da criança e isso é muito gratificante”, conclui.